Hoje com a rotina de trabalho das pessoas cada vez mais estressante somada a um nível de cobrança e autocobrança exacerbado, um quadro psiquiátrico antes pouco comum está se tornando uma rotina nos consultórios pelo mundo: Síndrome de Burnout ou “queimando por dentro”, em tradução livre do inglês.
Poucas vezes um nome de um transtorno ou doença foi tão apropriado quanto para essa síndrome. Metaforicamente, é como se a pessoa queimasse por dentro, se esgotasse, como uma fogueira que se apaga.
Continue lendo o texto para entender como a Síndrome de Burnout funciona.
A Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, infelizmente está se tornando mais comum do que imaginamos.
Tanto que a Organização Mundial da Saúde (OMS) a incluiu na 11º revisão da CID-11 (Classificação Internacional de Doenças) como um fenômeno ocupacional.
A maioria das definições da Síndrome de Burnout está vinculada a estresse crônico (físico e emocional), despersonalização (a sensação de não estar no próprio corpo ou mente, como se estivesse vendo o mundo por uma tela) e redução de atividades relacionadas ao trabalho.
Falar sobre Burnout implica em falar de ambiente e rotina de trabalho, pois é nesse ambiente de maior pressão que a síndrome costuma se manifestar. Porém, não podemos ignorar que essa doença também pode aparecer em outras situações de pressão, como em pessoas que estão estudando para concursos ou vestibular.
Quais são as causas da Síndrome de Burnout?
Além do excesso de trabalho, outros fatores também são relevantes, como pressão por resultados rápidos, metas inalcançáveis, ambiente tóxico no trabalho e carga horária inflexível.
Em 2020, por conta da pandemia de Covid-19, muitas pessoas passaram a trabalhar em home office, o que também aumentou o tempo de dedicação ao trabalho. Se antes tínhamos a sensação de que o expediente acabava quando passávamos pela catraca do escritório, hoje, com o home office, muitas vezes, essa sensação não ocorre, uma vez que estamos o tempo todo conectados respondendo e-mails e mensagens.
E como saber se estamos desenvolvendo essa Síndrome?
A Síndrome de Burnout é confundida muitas vezes com outros problemas emocionais, justamente porque os sintomas são muito comuns.
Por isso o diagnóstico deve ser feito por um profissional da saúde mental.
Existem alguns sintomas que são mais comuns para a Síndrome de Burnout e podemos separá-los em sintomas físicos e mentais.
Sintomas físicos: Cansaço físico constante Dor de cabeça frequente Fadiga Pressão alta Alterações de apetite, Dores musculares, Problemas gastrointestinais, Alteração de batimentos cardíacos
Sintomas Mentais e emocionais Cansaço mental constante Insônia, Dificuldade de concentração Sentimento de derrota e desesperança, Sentimento de incompetência Alterações repentinas de humor Isolamento
Como evitar e/ou tratar a Síndrome de Burnout?
Veja abaixo algumas dicas para aplicar no seu dia a dia:
Organize sua rotina de trabalho: Colocando as coisas sob perspectiva e mudando o olhar para preservar o seu equilíbrio emocional. Pense sinceramente: essa tarefa é realmente tão importante? Você precisa fazer várias coisas ao mesmo tempo?
Estabeleça limites nas suas relações interpessoais de trabalho: Isso evita que a sua amizade com um colega seja usada, voluntária ou involuntariamente, como "chantagem" para te pressionar a assumir mais trabalho e responsabilidade do que você pode, deve ou quer assumir.
Em outras palavras, separando o pessoal do profissional, você vai conseguir dizer “não” com mais facilidade. Parece cruel, mas muitas vezes, isso acontece sem percebermos. Experimente e depois nos conte o resultado;
Determine horário de início e término do trabalho: Evitando ler e-mails e mensagens fora do expediente. É importante que o nosso cérebro saiba quais momentos precisa trabalhar e quais momentos precisa descansar;
Aprenda a delegar funções: Isso vai diminuir a sua carga de trabalho e vai te ajudar a priorizar o que deve ser priorizado. No começo parece difícil, porque você vai achar que ninguém faz a tarefa tão bem quanto você, mas depois fica fácil.;
Não abra mão das folgas, férias e feriados: Esses momentos de descompressão são fundamentais para manter a sua saúde física e mental, além de te ajudar a ter mais criatividade;
Faça uma agenda ou crie uma rotina pessoal: Reserve momentos de trabalho e momentos de autocuidado e lazer. Tenha essa rotina com leveza, se não ela vai se tornar mais uma fonte de ansiedade e auto cobrança;
Defina pequenos objetivos: Pequenas metas pessoas e profissionais de curto prazo te ajudam a ter mais motivação;
Evite contato com pessoas negativas. Isso serve para evitar a Síndrome de Burnout e também para ser mais feliz;
Pratique atividade física com regularidade: Nosso corpo libera vários hormônios que geram bem-estar quando está se movimentando;
Mantenha uma boa alimentação e o sono em dia: Na medida do possível e, novamente, sem pressão e auto cobrança;
Se cobre menos: Você não é o Super Homem ou a Mulher Maravilha;
Passe menos tempo com smartphones e demais eletrônicos: Dedique mais tempo a você ou s sua família e amigos.
Uma dica de ouro: Preste atenção aos sinais que seu corpo demonstra. Veja como se sente ao chegar e sair do trabalho, no seu ânimo, concentração e foco para cumprir tarefas. Como você se sente quando o despertador toca de manhã?
Autoconhecimento é fundamental para a nossa saúde mental, mas muitas vezes, temos dificuldade em entender o que estamos sentindo.
Um instrumento bastante útil para reconhecer as nossas emoções e praticar auto conhecimento é o Diário de Emoções. Com ele, você conseguirá analisar aquilo que te faz mal para ter mais qualidade de vida e saúde mental. Clique aqui para baixar gratuitamente o Diário de Emoções que preparamos para você.
Acho que estou com Burnout, o que posso fazer?
Pedir ajuda a um profissional é a melhor opção. A avaliação psicológica auxiliará no autoconhecimento, ajudando a lidar e contornar os problemas
O profissional também indicará atividades, ações e tratamentos que ajudem a amenizar os sintomas e a curar o quadro.
Nos casos mais graves, a intervenção médica por meio de medicamentos também é necessária.
Para concluir: Não se ignore!
Não vá embora ainda!Continue no Blog da Amparo Saúde. Veja outros conteúdos sobre saúde que separamos para você.
Depressão tem tratamento. Saiba mais sobre essa doença.
Infarto: entenda os sinais que seu corpo dá antes de um ataque cardíaco. Clique aqui.
Teste de gravidez caseiro funciona? Confira essa e outras dúvidas. Clique aqui.
AIDS/HIV: O que é PrEP e porque ela salva milhares de vidas. Clique aqui.
Hoje em dia, o mundo vive ansioso! Estamos o tempo todo muito ocupados, com muita informação e acontecimentos para assimilar. Isso faz com que nosso cérebro fique em um...
A depressão está cada vez mais presente na nossa sociedade, sendo para alguns considerada um problema de saúde pública que atinge pessoas de todas as idades.